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16 de jun. de 2014

AMAZÔNIA ATRAI R$ 130 BI EM INVESTIMENTOS

A riqueza mineral e o potencial da bacia hidrográfica fizeram da Amazônia um novo foco de investimentos do Brasil. Até 2022, o volume de obras anunciadas na região soma mais de R$ 130 bilhões, entre projetos de mineração, hidrelétricas e terminais portuários. Muito ainda deve vir pela frente, já que há vários estudos em andamento. O problema será contornar os impactos ambientais que boa parte dos projetos trarão para a região.

Os empreendimentos vão ajudar a turbinar a economia do Norte. Estudo da consultoria Tendências mostra que, entre 2015 e 2018, os Estados da região vão crescer 3,8% ao ano - acima da média nacional de 2,9%.

A renda familiar deverá seguir o mesmo ritmo e subir mais que o resto do País: 3,8%, ante 3,0%. Consequentemente, a população aumentará 1,35% ao ano no período (no Sul e Sudeste, a taxa ficará em 0,7%).

Pelas últimas previsões feitas pelo IBGE, no ano passado, o Norte alcançou 17 milhões de habitantes. Até 2018, serão 18,2 milhões. Nesse período, a taxa de desemprego terá ligeira queda, dos atuais 6,6% para 6,4%.

Com o esgotamento de potenciais hidrelétricos e o estrangulamento do sistema portuário das Regiões Sul e Sudeste, a solução tem sido erguer usinas e portos no Norte. O movimento começou com as usinas do Rio Madeira e Belo Monte e deve seguir com outros 13 mil megawatts (MW) nos próximos dez anos.

“Cerca de 60% do potencial hidrelétrico está na Região Norte, mas sabemos que apenas uma parte será explorada”, afirma o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

Para permitir o início dos estudos de São Luiz do Tapajós e Jatobá, as próximas usinas a serem leiloadas, a presidente Dilma Rousseff criou uma medida provisória e alterou os limites do Parque Nacional da Amazônia e de uma série de florestas, campos e áreas de preservação ambiental.

Além das questões ambientais, as últimas construções têm provocado sérios problemas sociais, como o inchaço populacional em cidades com infraestrutura precária. Quando um projeto de bilhões de reais chega a um pequeno município, quase sempre com ausência do Estado e indicadores precários, ele desestabiliza o pouco de equilíbrio que a população tem, afirma o governador do Pará, Simão Jatene. Segundo ele, embora seja o segundo maior saldo da balança comercial brasileira, grande produtor de energia e de minério e ter o 4.º ou 5.º maior rebanho de gado, o Pará tem uma renda per capita de um pouco mais da metade da média nacional.

No caso dos portos, o impacto tende a ser menor durante as obras. Mas, com o aumento de caminhões nas estradas rumo aos terminais e a expansão dos comboios nos rios, o cotidiano da população local muda radicalmente. E a captura de benefícios é ainda mais difícil. Os terminais são operados por poucas pessoas, já que têm um elevado grau de automatização.

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